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Consumo de mariscos segue suspenso em Santa Catarina

  • Eduardo Fróis e Carolina Maingué
  • 13 de jun. de 2016
  • 2 min de leitura

Maricultores e donos de restaurante sofrem prejuízos com a proibição

O resultado do monitoramento das algas nocivas é disponibilizado na página da Cidasc. (Foto: Carolina Maingué)

Por conta da intoxicação alimentar causada pelo fenômeno "maré vermelha", a comercialização de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões (moluscos bivalves) está proibida por tempo indeterminado em Santa Catarina. A Secretaria do Estado da Agricultura e da Pesca interditou as áreas de cultivo no dia 26 de maio, poucos dias após o Instituto Federal de SC e a Cidasc identificarem a proliferação das algas responsáveis pelo fenômeno. A proibição está causando prejuízo para maricultores e comerciantes de moluscos bivalves, visto que o estado é responsável por 95% da produção nacional.

Segundo os proprietários dos restaurantes de Florianópolis, a ostra é a comida mais procurada pelos clientes. O maricultor Aquiles Campos Gomes afirma que o maior desafio tem sido manter o cultivo de ostras e mariscos sem dinheiro em caixa. No inverno, o maricultor distribui diariamente cerca de 600 ostras e 15 kg de mariscos para restaurantes da região. Além de maricultor, Aquiles é dono do restaurante Delícias do Mar, na praia do Sambaqui, que conta com uma venda de 600 ostras e 30 kg de mariscos por final de semana.

A maricultora Gioconda Rosita diz que a ostra é o “carro-chefe” de seu estabelecimento, o rancho Cantinho da Ostra, em Santo Antônio de Lisboa. “Os clientes vêm pra praia e querem ostra, só hoje já vieram dois questionando se não podia servir”, conta. Gioconda não sabe estimar o valor do prejuízo, porque a venda dos pratos depende de outros fatores, como o clima frio, que também afasta fregueses. Entretanto, ela garante que os produtores da área sentem os impactos da medida.

Como surge a maré vermelha

De acordo com o biólogo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Leonardo Rörig, que atualmente trabalha com biotecnologia de algas, os organismos responsáveis pela toxina são do gênero Dinophysis e produzem uma substância conhecida como ácido okadoico. Essa substância é absorvida por seres filtradores, como ostras e mariscos, e, ao ser ingerida por seres humanos, causa forte diarreia, podendo até resultar no desenvolvimento de câncer de intestino, caso a intoxicação seja reincidente.

O aumento da concentração de algas Dinophysis tem relação com o clima, aponta Rörig, uma vez que elas se reproduzem em massas de água fria. Ao detectar a contaminação em um ponto, “é mais prudente interditar o cultivo em toda a área”, porque os organismos estão sujeitos à reprodução e a elementos que os deslocam, como o vento e as correntes marítimas. Rörig reitera que “a maricultura é uma atividade muito importante”, mas que negligenciar a proibição pode inclusive prejudicar a reputação dos maricultores do estado, uma vez que há possibilidade de afetar a saúde dos consumidores.


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