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Demônios da Garoa apresenta show gratuito em comemoração aos 73 anos de carreira

  • Felipe Sales e Giovanna Olivo
  • 19 de jun. de 2016
  • 5 min de leitura

Cerca de 700 pessoas cantaram junto do grupo clássicos do samba brasileiro

Grupo que já teve Adoniran Barbosa na composição, hoje tem cinco integrantes. (Foto: Felipe Sales)

Grupo que já teve Adoniran Barbosa na composição, trouxe quatro dos cinco integrantes atuais

Uma viagem no tempo pela música popular brasileira. Essa foi a proposta que o Demônios da Garoa fez e cumpriu no show que o grupo apresentou no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis, na ultima quinta-feira (16). A banda que está numa mini turnê pelos 73 anos de carreira em Santa Catarina, passou pela capital em uma ação gratuita do Serviço Social do Comércio, o SESC catarinense.

O show que também passa por Blumenau e Laguna foi organizado para marcar a inauguração da nova sede do Serviço em Itajaí. Afonso de Souza, coordenador do show, conta que a primeira apresentação do grupo no estado estava marcada para a sexta-feira, na nova sede, porém, como o grupo chegaria ao estado na quinta-feira foi feito o pedido de mais um show. “O grupo já estaria aqui um dia antes da inauguração, porque não aproveitá-los em um grande show na capital?”

Mesmo sem a presença de Canhotinho, o integrante mais antigo da banda, a apresentação não decepcionou o público. Sérgio Rosa, Ricardinho, Dedé Paraizo e Izael Caldeira da Silva agitaram todas as gerações de fãs que estavam presentes. Paula Bond, 34, mãe do pequeno Gabriel, de apenas nove anos, conta que foi ao show somente para acompanhar o filho que é um grande fã do grupo. E ele não para por aí, se mostrando um apaixonado por artistas como Ray Charles, Freddy Mercury e The Beatles.

Mas o maior público era aquele que cresceu ouvindo o grupo. Senhores e senhoras que dançavam e cantavam ao som de clássicos do samba. O pedreiro Diuvam Pereira da Costa, 75, diz que toca as canções do Demônios da Garoa desde os seus 15 anos. Sua esposa, Lindomar Costa, 68, foi ao show sem nunca ter ouvido uma gravação original do grupo, apenas na voz do esposo. “Não conheço eles, mas com certeza é uma música boa e eu tive que vir prestigiar”.

E a banda brincou com a faixa etária do público do show. No repertório eles incluíram uma canção de Wando e outra dos Paralamas do Sucesso. No tributo a Wando, o pandeirista Ricardinho brincou: “Invejamos o Wando, para ele as pessoas jogavam calcinhas. Para nós vão jogar o quê? Fralda Geriátrica?” Arrancando gargalhadas do público, pouco antes de dizer que sentiam muito orgulho de ter um público longevo.

Durante a execução da música “O trem que matou a velha”, os integrantes pediram que o público participasse cantando e levantando as mãos para “expulsar o espírito da velha”. Sérgio Rosa brincou “quem não levantar as mãos vai morrer amanhã”. Mas o que eles não esperavam é que iriam levar uma bronca, em tom de brincadeira, da fã, Roberta Oliveira, 28, que por ser portadora de uma deficiência física não consegue levantar os braços. Ela conta que acompanha o grupo há muito tempo e espera estar viva para assistir uma possível gravação de DVD em Florianópolis, comentada pelos integrantes durante o show.

Brincadeiras a parte, o repertório foi marcado por hinos do samba brasileiro. O público cantou junto clássicos como Trem das Onze, Saudosa Maloca, e Tiro ao Álvaro. Ao final da apresentação, o grupo apresentou de improviso uma série de marchinhas de carnaval. O pandeirista Serginho pediu: “Carnaval não se comemora sentado, quero ver todos em pé” e o público correspondeu. Todo o teatro ficou de pé e o lugar se transformou em um grande salão de baile de carnaval.

Ao final do show, o portal Todavia conversou com o grupo e você pode ler a entrevista abaixo:

Todavia: Vocês brincaram no show com a possibilidade de gravarem um DVD em Floripa. Essa possibilidade existe mesmo?

Demônios da Garoa: Se depender da nossa vontade, com certeza. Vocês viram a reação do público, todas as vezes que a gente se apresenta em Floripa é esse calor humano, é esse carinho. Então, o que depender da gente, é isso que a gente pode ofertar: Nossa música, nossa história. E com certeza, se houver um movimento para que esse DVD aconteça aqui, o Demônios da Garoa vêm sim, felizes da vida. Já nos apresentamos nessa cidade mais de 10 vezes. Aqui a gente literalmente se sente em casa, o público nos recebe com muito carinho, muito calor humano, a gente consegue passar nossa mensagem. Esperamos voltar o mais cedo possível para matar a saudade dessa galera maravilhosa.

Todavia: Essa turnê que foi trazida para o estado é uma comemoração aos 73 anos de carreira da banda. Qual o segredo para se manter tanto tempo ativos e na estrada?

DG: Isso aí a gente teria que perguntar para o público, já que é ele que não nos deixa parar. Na verdade, não nos sentimos no direito de parar, porque somos recebidos sempre muito bem em qualquer lugar que nos apresentamos. A gente acha que o segredo é continuar fazendo o que fazemos há mais de 70 anos, porque é isso que o público aceita e quer ouvir. Esperamos que a nossa receita de fazer o que é tradicional, o que o povo gosta, o que o povo quer ouvir continue fazendo sucesso. E a gente espera que com a força de Deus e a força do público, o Demônios da Garoa seja o primeiro grupo no mundo com 100 anos de atividade ininterrupta. Será um recorde e com certeza terá um show aqui em Florianópolis para comemorar essa data especial.

Todavia: O samba brasileiro está completando 100 anos, e para vocês, qual o verdadeiro legado que o Demônios deixou nessa história?

DG: Isso você teria que perguntar para as pessoas que se inspiram no Demônios, mas a nossa mensagem é sempre a mesma. Tudo o que foi criado desde 1943 o Demônios preserva: Os arranjos, a vestimenta, a gaiatice, as brincadeiras. Tudo isso é marca registrada do Demônios da Garoa desde 43. Então, os grupos que você vê, mais ou menos nesse estilo, com um bom samba, preservando uma boa música, que tem uma intenção de somar à música brasileira, temos certeza de que já ouviram Demônios da Garoa e usaram alguma coisa de inspiração. Temos 73 anos de carreira e acreditamos que temos alguma coisa a ensinar, sim.

Todavia: Durante o show, vocês citam muito as redes sociais. Fazem até piada com elas. Todos vocês têm o hábito de usá-las e responder os fãs por elas?

DG: Sim, e muito. Nós e nossa produção respondem aos fãs. Nem sempre a gente consegue estar de olho no que os fãs falam, aí a produção responde por nós. É muito gostoso essa coisa das redes sociais de aproximar o público do fã, o admirador do artista. Você vê aquela mensagem de carinho, você poder responder diretamente. E nós estamos em várias redes sociais. Postamos muitos vídeos dos nossos shows, e é muito louco você pensar que alguém do outro lado do mundo pode estar de olho no seu trabalho e querer na primeira oportunidade assistir a um show seu.

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