Taekwondo: de arte marcial milenar a esporte olímpico
- Vitor Sabbi
- 19 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
Nos Jogos do Rio de Janeiro, a modalidade participa pela quinta vez da disputa por medalhas

Foto: AP/Colômbia
A Olimpíada é a maior competição esportiva do mundo, mas poucas pessoas conhecem as 42 modalidades que vão estar em disputa a partir de agosto na cidade do Rio de Janeiro. O Taekwondo é uma delas, e vai para a sua quinta participação nos Jogos valendo medalha.
A história da modalidade nas Olimpíadas começa em 1988, em Seul (Coreia do Sul) como esporte de demonstração. Mas é só a partir de 2000, nos Jogos de Sydney (Austrália), que ele entra no programa olímpico e passa a participar da disputa por medalhas.
Essa arte marcial nasceu na Coreia do Sul e tem origem milenar. A tradução do nome ajuda a entender um pouco mais o seu significado. Tae quer dizer “pés”, kwon: “mãos” e do: “o caminho”. Em português, seria como “o caminho dos pés e das mãos”.
A luta possui bastante movimentação e o chute alto é a principal característica do esporte. Os atletas usam diversos equipamentos para se proteger. Na competição, quem fizer o maior número de pontos em de três rounds de dois minutos vence. Soco e chute direto no tronco valem um ponto. Chute direto na cabeça: três. Golpes giratórios no tronco marcam dois pontos. E o giratório na cabeça, considerado o chute mais difícil, quatro pontos.
Mas não basta acertar o chute. Ele precisa ter força e precisão! E para medir isso, o esporte conta com a ajuda da tecnologia. O colete protetor usado pelos atletas na competição possui sensores que acusam os pontos. Assim a decisão não fica só na mão da arbitragem.
A primeira vez que os coletes eletrônicos foram usados em Jogos Olímpicos foi em 2012, em Londres. “O que marcava o ponto antes era o impacto, o estouro. Então, o ponto era quase que auditivo, a gente tinha que bater com certa força para que os árbitros marcassem o ponto. Com o colete eletrônico, não! Então o que alterou? Alterou que hoje os atletas são mais altos. O nível de força do atleta é menor, porém aumenta o nível de potência. O nível de flexibilidade dele é muito maior e obviamente devido a essas mudanças o número de lesões baixou”, explica o técnico da Seleção Catarinense de Taekwondo Erickson Busatto.
Em 2016, também tem novidade. Vai ser a primeira vez que o tatame terá o formato octogonal. Ele diminui as chances do atleta sair da área de luta, tornando o combate mais dinâmico e atrativo para o público.

Tatame octogonal no evento teste dos Jogos Rio 2016. Foto: Divulgação.

Natália Falavigna no pódio das Olimpíadas de Pequim 2008. Foto: Lucas Coelho/ESPN
Até hoje, o Brasil esteve uma vez no pódio, com o bronze de Natália Falavigna nos Jogos de Pequim, em
2008. Mas nas Olimpíadas do Rio, as chances aumentam. Será a primeira vez que nosso país vai levar quatro atletas para a competição, a maior delegação da história, um direito conquistado por ser o anfitrião.
Alessandra Trevisan, atleta de Florianópolis, chegou muito perto de fazer parte desse grupo. Ela participou em janeiro da Seletiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Uma competição muito acirrada que reuniu os seis melhores atletas do país em cada categoria. Só em estar lá já foi uma conquista enorme, agora imagina o que significa para um atleta participar de uma Olimpíada: “Para todo atleta é o máximo que se pode chegar. Estar em uma Olimpíada representando seu país é o ápice, o auge. Medalhar então não tem nem comparação, porque eu treino há 12 anos para tentar conseguir isso e ainda não consegui, então acredito que estar lá deve ser uma das melhores coisas!”, relata Alessandra.
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