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Clínica da Fono na UFSC se prepara para voltar a atender a população no próximo semestre

  • Felipe Sales e Giovanna Olivo
  • 19 de jul. de 2016
  • 4 min de leitura

Local que também é um espaço de aprendizado para os alunos do curso atende a comunidade da Universidade e de toda Grande Florianópolis

Corredores vazios, e toda sua equipe em preparação. Assim está a Clínica Escola do curso de Fonoaudiologia da UFSC. Localizada no segundo andar do prédio da Reitoria 2, o espaço que atende cerca de 200 pessoas de toda Grande Florianópolis por semestre, terá boa parte de sua equipe modificada no segundo semestre desse ano.

A clínica, como o nome sugere, é um espaço de aprendizado para os alunos da 6ª à 8ª fase do curso. Sempre com a supervisão de um professor, ali acontecem estágios obrigatórios semestrais para cerca de 30 graduandos de segunda à sexta, sempre das 7h30 às 18h30.

Por ser uma ambiente de ensino, o local respeita o calendário acadêmico, ou seja, respeita as férias de inverno e verão e a cada semestre tem sue equipe renovada. O semestre que acaba esta semana na Universidade, terminou uma antes no lugar, que já volta a atender na terceira semana de agosto.

A clínica foi criada em 2013, mas em agosto do mesmo ano, foi levada para o prédio recém inaugurado pela Universidade. Chamado de Reitoria 2, o Edifício Santa Clara foi totalmente comprado pela administração universitária para servir de administrativo. A compra do prédio custou R$ 33 milhões ao caixa da UFSC, já a construção do ambulatório fonoaudiológico custou semelhantes R$ 10 milhões.

Quando a estudante Kemely Palmeiro, 22, entrou no curso (2011) a clínica não existia. Ela viu a criação do estágio obrigatório do curso no local se tornar uma expectativa pelos alunos. “Aqui que tu vais saber se tens potencial pra ser um terapeuta e se tens potencial pra atender teus pacientes ou não. E tem a expectativa de saber como vai ser o paciente, porque tem “N” patologias”, diz.

Atendimentos

Os atendimentos em fonoaudiologia se dividem em duas frentes: A Audiologia - avaliação auditiva, próteses - e a Terapia - linguagem, fala, voz, alimentação -. A Clínica Escola oferece aos alunos três módulos de estágio obrigatório, que são Fono Ambulatorial, Estágio Infantil (1 e 2), Estágio Adulto (1 e 2).

As mais de 20 salas são usadas para os testes auditivos e as terapias de voz. Como o estágio exige supervisão dos professores, a maior parte delas possuem espelhos falsos. De um lado está o consultório, do outro, o professor e os alunos das fases iniciais do curso que começam a acompanhar os atendimentos.

“Quando estamos na 5ª fase temos a possibilidade de estar na sala com alunos que estão realizando a terapia, mas a gente só observa. Ficamos uma média de duas fases só em observação”, conta Sarah de Campos Lalane, 23, estudante da sexta fase do curso.

O espaço, apesar de ser novo e contar com equipamentos de última geração já apresenta suas limitações. Em seus 3 anos de existência passaram por ali 2064 pacientes. Uma média de 30 alunos e 200 pacientes por semestre. A coordenadora da Clínica, Angela Ruviaro Stella, 56, fala que estratégias para diminuir a quantidade de pessoas no espaço têm sido discutidas: “Precisamos tomar uma decisão, ou encontramos um espaço maior ou diminuímos a quantidade de alunos, porque com essa quantidade de gente não dá. O espaço fica pequeno”.

Além da comunidade da UFSC, todos os moradores da Grande Florianópolis podem consultar no Ambulatório-Escola. O local ainda não é credenciado pelo SISREG - sistema de cadastro no SUS -, mas médicos das redes públicas e particulares são autorizados a encaminhar pacientes para lá.

As crianças

Uma das maiores demandas de público no espaço é de crianças, porque é nessa fase que se apresentam os maiores problemas com a linguagem e fala. Angela Ruviro diz que “isso é algo que acontece num geral, na Clinica Escola o que acontece é que precisamos de uma grande demanda de pacientes porque temos muitos alunos”.

A fila de espera de pacientes adultos é zerada a cada semestre, enquanto a de crianças continua. Isso acontece porque além de o número de adultos ser menor, muitos pacientes desistem do tratamento, recebem alta ou são desligados por um número de faltas excessivo - há um limite de três faltas não justificadas por semestre para não perder a vez -. Desse modo o contingente de pacientes é sempre renovado.

As turmas da sétima e oitava fase, que estão em estágio obrigatório infantil, tem cerca de sete alunos matriculados. Cada aluno atende de um a dois pacientes e são supervisionados por um professor. Depois de fazer a anamnese - entrevista antes da consulta - e depois discute com o professor sobre o melhor tratamento. O aluno nunca atende sem que um professor esteja presente na clinica.

O plano de atendimento é traçado no início do semestre, quando o paciente chega na clinica, e todo o tratamento será guiado por ele. Mas também existem os planejamentos semanais das terapias, que são feitos de acordo com o desenvolvimento do paciente.

Como estratégia para prender a atenção das crianças, uma sala de brinquedos é mantida em uma parceria da Universidade e dos alunos das fases mais altas. "Como muitos estudantes que passaram por aqui sabem que sempre precisamos de coisas novas, na formatura das 8ªs fases eles sempre fazem rifas para juntar brinquedos e outras coisas pra cá", conta Angela Ruviro.

Os pacientes

O ideal é cada paciente teu apenas um fonoaudiólogo cuidando do seu caso até o fim do semestre. Mas o fato de o ambulatório respeitar o calendário acadêmico gera desistências. “A gente sempre prioriza aqueles que moram mais próximo à UFSC e aqueles que não são atendidos em nenhum outro lugar. A chance desse paciente desistir do nosso atendimento é menor, portanto”, afirma Angela Ruviro.

O estudante de jornalismo Reginaldo de Castro, 26, é um dos pacientes da clínica. Ele faz terapia para a voz no local já que trabalha nos laboratórios de áudio e radiojornalismo de seu curso.

Ser uma Clínica Escola nunca o atrapalhou, mas já o colocou em situações curiosas. “Comecei a fazer um exercício durante uma consulta e a fono elogiando que estava sendo bem feito. Na mesma hora a professora responsável entrou na sala e disse que algumas coisas estavam bem erradas. O legal é isso, você aprende junto com seu clínico, mas tudo de uma forma muito bem cuidada”, diz.

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