Conheça o Projeto Lontra que atua há 30 anos na preservação da espécie em Florianópolis
- Amanda Farias e Oscar Führ
- 19 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
Promovendo a conscientização ambiental da comunidade, com base na Lagoa do Peri, abriga 5 lontras
O Projeto Lontra tem sede na Lagoa do Peri, e teve início no ano 1986, atualmente, 30 anos depois, os visitantes já tem contato com uma super estrutura e podem conhecer de perto os hábitos de vida deste roedor que habita a Ilha de Santa Catarina. No local são dados vários cursos relacionados com a ecologia da lontra, o trabalho com a espécie em cativeiro, direito ambiental, entre tantos outros.
O Engenho da Lontra é um espaço físico especialmente projetado para servir como Centro de Visitação e Educação Ambiental. Os principais objetivos do local são transmitir conhecimentos sobre a lontra, o meio ambiente, o turismo de conservação e a cultura local. E para cumprir essa demanda são ministrados palestras e cursos de formação para professores e publico em geral. Com o espaço aberto para visitação, seja de escolas públicas, particulares ou grupos que queiram conhecer o projeto.
O programa atua através da mobilização social e procura atingir pessoas de todas as idades para que elas possam entender a importância da conservação da biodiversidade.
Quem visita tem a opção até de interagir com as lontras, oferecendo alimentos através de um cano que intermedeia o visitante e os animais, estes já estão acostumados com a movimentação, e já ficam esperando ansiosos pela comida. Mas vale lembrar que todos os animais que estão hoje no projeto, foram encontrados órfãos quando filhotes e não sobreviveriam na natureza sem os cuidados maternos. Um exemplo é do mamífero, chamado carinhosamente de Peri, que foi resgatado quando o encontraram mamando em sua mãe que já estava morta. Peri está no projeto há nove anos.
Inicialmente, as ações do Projeto eram voltadas para o estudo da população de lontras existentes na região, mas atualmente, elas já abrangem a recuperação, conservação e ampliação do conhecimento técnico de lontras, além de contar com dois Centros Pesquisa, Conservação e Educação Ambiental. Essas estruturas são algumas das mais avançadas da América Latina. Além disso tem um laboratório de pesquisa voltado para estudos ecológicos e comportamentais com a lontra em cativeiro e selvagem.
O centro possui uma equipe técnica formada por quatro profissionais e além disso conta com a ajuda dos chamados ecovoluntários, que fazem desde o trabalho básico, como limpeza e alimentação dos animais, até saídas de campo e pesquisa. O trabalho é uma uma possibilidade de estudo, que conta com a experiência prática e direta com a natureza. Para quem gosta de ter contato maior com o meio ambiente tem a oportunidade de se tornar mais ativo em sua preservação. No local tem até o Hostel da Lontra, que é o alojamento que hospeda os ecovoluntários, pesquisadores, estudantes e turistas em geral.
O projeto precisa e conta com a ajuda de todos que queiram participar, é possível se inscrever pelo site do Instituto Ekko - responsável pelo programa. Bruna Bolochio relata como foi ser uma ecovoluntária:
"O projeto Lontra é um projeto que vai muito além de cuidar das lontras em cativeiro, como muitos imaginam. Fazer parte do projeto é uma experiência de vida, não só no âmbito profissional para quem é da área, como no pessoal. Recomendo para todos que gostam de estar em contato com a natureza e querem fazer a diferença.”
As visitas precisam ser marcadas com antecedência. É cobrado uma taxa de visitação de R$ 10,00 por pessoa e todo dinheiro arrecadado é utilizado para ajudar na alimentação das lontras.
Saiba mais sobre as lontras
As lontras que vivem no Brasil são da espécie Neotropical, já adulta elas podem medir 120 centímetros e pesar até 15 quilos. A lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção, inicialmente pela caça em larga escala e comercialização da sua pele, que é super resistente, mas atualmente o principal fator da morte desses animais se deve à destruição do seu habitat natural. O esforço depositado pelo Instituto Ekko Brasil para a conservação da espécie resulta indiretamente em benefícios sociais,através do turismo de conservação, ações de mobilização social e educação ambiental.
Vídeo institucional do Projeto Lontras
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